sexta-feira, 4 de agosto de 2023

A atendente

Simples gesto, um aceno
Atenção no sorriso sereno
Passos largos, prontidão
"Posso ajudar, pois não"?

Olhos se encontram, suspiro no ar
Ele no balcão a observar
Toda graciosa e gentil a atendente
De olhos firmes e aspecto contente

Delicada, como dança no ar
O café ela serve com cuidado exemplar
Grãos moídos, aroma sedutor
Ele se perde em todo esse ardor

Sem constrange-la pediu, por favor
Traga mais um café? 
Sim senhor.

O aroma desperto, um mistério no ar
Comandam a dança dos sentidos, a flutuar.

Ela desliza, com graciosidade,
Desfilando seu vestido escarlate
Palavras ela pronuncia com melodia
Uma doce sinfonia

Embevecido, o rapaz sair não conseguia
Quase enfartou enquanto ela sorria
Com cuidado ele deixa um recado
No guardanapo, sem ser notado

"O café foi um mero detalhe
Diante do sabor desse momento
Não perdi um só movimento
Amor de pronto, é o que mais vale"

Simples gesto, um aceno
Atenção no sorriso sereno

fim