Olhei mas não a vi
Olhei e admirei
Mas limitei-me ali
A ciência da essência
Que o externo não transcreve
Transcende a aparência
A quem quer que a observe
O encanto falso se desvela
Nas sombras da ilusão
A beleza superficial revela
Uma miragem de emoção
Atrai como um doce veneno
Com gestos de encantamento
Mas por trás desse rosto sereno
Há histórias de sofrimento
A alma se deixa levar
Por um brilho enganador
Mas no vazio se há de sanar
Era tudo ilusão de cor
O falso encantamento desvendo
Com olhos que agora enxergam
A verdade além do momento
Que o superficial não entrega
O poder da essência revela
Que a verdadeira beleza subsiste
No profundo pintar da aquarela
Do recanto em que a alma reside
Caráter, valores, qualidades
Com o tempo não desvanecem
Ao contrário das vaidades
Que enganam e não permanecem
fim